Foi na tarde de um sábado de agosto de 1940 que a Orquestra Sinfônica Brasileira subiu ao palco pela primeira vez. Sob a regência do maestro Eugen Szenkar, o grupo interpretou obras de Beethoven, Weber, Nepomuceno, Wagner e Weinberger no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, dando início a uma história de grandes realizações, pioneirismo e democratização do acesso à música de concerto, e no próximo dia 17 completa 80 anos.

A Orquestra Sinfônica Brasileira é o mais tradicional conjunto sinfônico do Brasil e um dos mais antigos da América Latina. Foi a primeira orquestra do hemisfério sul a ter em seu currículo uma extensa turnê pela Europa e pelos Estados Unidos. Responsável por revelar talentos como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Menezes, a OSB fez história ao promover a popularização da música de concerto com projetos relevantes como os Concertos da Juventude e o Aquarius.

Os planos iniciais para comemoração das oito décadas de existência da OSB se baseavam em uma Temporada 2020 festiva, com destaque para a música brasileira e os artistas nacionais, tendo sua própria história como fio condutor da programação. Em função da pandemia da Covid-19, o projeto precisou ser alterado, como explica a Diretora Geral da FOSB, Ana Flavia Cabral Souza Leite: “O isolamento nos proporcionou a possibilidade de inovarmos – o que já é uma tradição da OSB. Adaptamos nossa programação para o formato digital, pois acreditamos que o cenário ainda não oferece a segurança sanitária necessária para voltarmos à rotina de ensaios e concertos presenciais. Sabemos que nada substitui a experiência de estar em uma sala de concerto, mas estamos trabalhando no sentido de oferecer em nossos canais digitais um produto de qualidade e que transmita ao público a emoção presente em todas as nossas apresentações.” Todos os programas serão gravados pelos músicos individualmente a partir de suas casas e os concertos serão exibidos nas páginas da OSB no Facebook e Youtube semanalmente.

No dia 17 de agosto, dia do aniversário, terá início a Série OSB 80 Anos. Serão seis vídeos publicados diariamente até o dia 22/08.  O primeiro terá “Música para fogos de artifício reais”, de Haendel, imprimindo todo o caráter festivo da série. Nos quatro vídeos seguintes serão homenageadas as famílias de instrumentos da orquestra: a Percussão, interpretando Bach e Ernesto Nazareth; as Cordas, executando uma obra de Alberto Nepomuceno; Mozart sob os cuidados das Madeiras; e Giovanni Gabrieli ao som dos Metais. Encerrando a série, a orquestra se une novamente para interpretar o célebre trecho do quarto movimento da Nona Sinfonia de Beethoven, a “Ode à Alegria”.

Série Beethoven, em homenagem aos 250 anos do compositor alemão, contará com cinco concertos virtuais, e o primeiro deles será exibido no dia 25 de setembro. Ao longo do ciclo, será apresentado um panorama com algumas das principais obras do gênio de Bonn.

Um dos grandes trunfos da OSB para a Temporada 2020, a Série Clássica Brasileira também ganhará espaço no novo cenário, com dez concertos. No ciclo serão apresentadas obras de compositores nacionais desde Carlos Gomes e Villa-Lobos até artistas contemporâneos como Rodrigo Cicchelli e João Guilherme Ripper. O primeiro programa ganha as plataformas no dia 1º de outubro, e os concertos seguem se revezando com a Série Beethoven até o final do ano.

Para o Presidente do Conselho Curador da FOSB, Eleazar de Carvalho Filho, chegar aos 80 anos é um marco importante e muito se deve às ações de responsabilidade social desenvolvidas pela orquestra ao longo dos anos. “A preocupação com a democratização do acesso à cultura e à música de concerto sempre esteve no DNA da OSB e nosso desejo é manter essa característica. Embora a orquestra esteja sediada no Rio de Janeiro, carregamos o Brasil no nome e queremos alcançar cada vez mais territórios” – afirma.

Com aulas on-line, “CONEXÕES MUSICAIS” segue beneficiando jovens com pouco acesso a atividades culturais em todo o país

Criado em 2017, o Conexões Musicais é o projeto de responsabilidade social da Orquestra Sinfônica Brasileira e tem como objetivo promover uma rede de interação em cidades do interior em diversos estados brasileiros. As aulas ministradas pelos músicos da orquestra a estudantes de música dos territórios por onde passa são um dos pilares do projeto e, enquanto não é possível visitar fisicamente essas localidades, a instituição faz uso da tecnologia para desenvolver o projeto durante a pandemia.

Mais de 200 aulas on-line já foram realizadas com jovens músicos do Pará, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo para que eles sigam com seus estudos em casa e para que o conteúdo gerado possa servir a estudantes de música de todo o país. Veja aqui. A previsão é que as ações do projeto sigam remotamente até o fim do ano e que em 2021 se retomem as atividades presenciais.

O projeto Conexões Musicais foi concebido pela OSB tendo em vista as mudanças do mercado e das políticas públicas do Brasil. Logo foi abraçado pelos patrocinadores NTS, Vale, Itaú e Brookfield como um projeto que reforça suas práticas ESG (sigla em inglês para padrões ambientais, sociais e de governança). As comunidades que recebem o Conexões Musicais estão no centro de todas as ações, que vão da sensibilização de professores da rede pública local até a capacitação técnica de artistas locais para tocarem com a OSB nos espetáculos desenvolvidos em cada município.

A ORQUESTRA SINFÔNICA BRASILEIRA:

Fundada em 1940, a Orquestra Sinfônica Brasileira é reconhecida como um dos conjuntos sinfônicos mais importantes do país. Em seus 80 anos de trajetória ininterrupta, a OSB já realizou mais de cinco mil concertos e é reconhecida pelo pioneirismo de suas ações, tendo sido a primeira orquestra a realizar turnês pelo Brasil e exterior, apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia.

Responsável por revelar talentos como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Menezes e pioneira na criação de projetos de democratização da música de concerto, como o Aquarius e os Concertos da Juventude, a OSB chega aos 80 anos com fôlego para levar ao público uma temporada especial e comemorativa, com destaque para a música brasileira e os artistas nacionais, tendo sua própria história como fio condutor da programação. Para viabilizar suas atividades, a Fundação conta com a Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem a NTS – Nova Transportadora do Sudeste – como mantenedora, a Vale como patrocinadora master e a Brookfield como patrocinadora, o Bradesco como patrocinador da Série Beethoven e o Itaú como patrocinador da Série Clássica Brasileira, além de um conjunto de apoiadores culturais e institucionais. Composta atualmente por mais de 70 músicos brasileiros e estrangeiros, a OSB contempla uma programação regular de concertos, apresentações especiais e ações educativas, além de um amplo projeto de responsabilidade social e democratização de acesso à cultura.