Uma das áreas que mais revolucionaram e ascenderam as redes sociais é a carreira do digital influencer. Essa atividade, deixa claro que quando estamos falando de curtidas, comentários, visualizações, estamos falando do reflexo daquilo que a sociedade está acompanhando, copiando ou rejeitando e já virou cultural.

Mas, afinal, o que é um Digital influencer? Traduzindo literalmente, influenciadores digitais são pessoas que detém o poder de influência em um determinado grupo de outras pessoas. Esses profissionais das redes sociais impactam centenas e até milhares de seguidores, todos os dias, com o seu estilo de vida, opiniões e hábitos. Esse “poder” de formar opiniões, seguidores e admiradores ocorre de maneira diretamente proporcional ao aumento do consumo de informação e produtos na internet. O influencer impacta e conquista seguidores e fãs, através da produção de conteúdo, além de usar as mídias digitais  como InstagramFacebookYouTube ou até mesmo o blog como meio de expor suas ideias, estilo de vida, gostos, consumo, etc. E não há apenas um nicho nessa atividade. Os influenciadores estão em todas as áreas: maternidade, música, alimentação, moda, hobby e tudo mais que você imaginar. E, o isolamento social por conta do COVID 19 aumentou ainda mais o número de influencers no mundo. Pela necessidade de se comunicar e/ou transmitir uma mensagem, apresentar ou vender um produto.

Conversamos com alguns influenciadores (as) para saber como funciona essa atividade e como eles a enxergam.

Gabriel Dearo e Manu são influencers no nicho de entretenimento e diversão. Dearo começou logo quando surgiram os primeiros influencers no Brasil: “Em 2010, foi o ano que surgiram os primeiros youtubers no Brasil, e desde o começo eu gostei muito da possibilidade de criar conteúdo para a internet, usar toda a minha imaginação e criatividade para me expressar através de vídeos. Assim no ano seguinte, em 2011, eu comecei a fazer os meus primeiros vídeos, honestamente eram bem ruins, mas com o tempo fui estudando e aprendendo com meus erros, e hoje tenho 3 canais de sucesso no Youtube. E no meio da jornada, em 2015, eu encontrei a Manu, e a trouxe para esse universo. Ela diz ser meu “Amuleto da Sorte”, porque apesar de eu ter começado a gravar vídeo em 2011, só depois que ela apareceu na minha vida em 2015 que as coisas começaram a dar certo, conta o influenciador.

Influenciador digital hoje é uma profissão, e como tal uma oportunidade de ganhar dinheiro, porém o objetivo sempre deve ser maior que esse. “Nosso objetivo sempre foi criar um conteúdo criativo e divertido, um conteúdo que pudesse de alguma forma levar alegria a quem estiver assistindo. Levar um momento de leveza, levar sorrisos e risadas”, enfatiza Gabriel.

Ao contrário da dupla acima, Marcelle Viana começou agora sua carreira como influencer. Ela é maquiadora e ensina suas técnicas e alguns truques de make em suas redes sociais. Ela conta que sempre foi seu sonho mostrar seu trabalho, mas antes tinha vergonha, então esse ano resolveu focar no seu instagram e nas postagens. “Eu vejo como uma futura ferramenta de trabalho pois abrem muitas portas, no meu caso as pessoas acabam conhecendo o meu trabalho de maquiadora. Isso me abre oportunidades de trabalho”, acredita Marcelle.

A área da maternidade é uma das que mais ganham destaques de influencers. A sociedade está mais atenta as necessidades das mulheres mães e dos filhos e uma das mais conceituadas influenciadoras nessa área é Monica Romeiro. “Quando tive meu primeiro filho através de uma cesariana, apesar de ter sonhado e tentado o parto normal, fui buscar informações na Internet e, ao invés de me sentir acolhida, me senti uma péssima mãe, que nem para ter um parto normal era suficiente. Quando comecei meu blog, o Almanaque dos pais, em janeiro de 2013 eu já sabia o que eu queria: um site cheio de informações seguras e que acolhesse todas as mães. Sem clube do parto normal, clube do aleitamento ou clube do meu filho é melhor que o seu. Seria um único clube: o de acolhimento aos pais e mães que querem o bem dos seus filhos”, conta Monica. “ Meu objetivo é “desromantizar” a maternidade. Mostrar que podemos amar intensamente nossos filhos, mas também nos sentirmos cansadas. Não falar sobre o Lado B da maternidade nos causa solidão porquê parece que um mundo inteiro vive a maternidade perfeitamente, sem dores e sem ter do que reclamar, e somente nós sentimos o peso da rotina de criar, alimentar e educar nossos filhos. E quando descobrimos que maternar e paternar envolve muito amor, mas também tem suas dores, fica tudo mais fácil. Podemos desabafar, podemos nos apoiar, e, principalmente, podemos nos dar o direito de sermos felizes ao invés de levarmos a culpa por nos sentirmos diferentes”, explica Monica.

Ainda na área da maternidade encontramos a cantora Pamela que começou a influenciar pessoas desde pequena com suas letras e canções. Ela conta que sempre gostou de compartilhar um pouco do seu dia a dia, mas, que foi a chegada de seu primeiro filho que fez com que ela se visse como uma influencer digital. “hoje compartilho muito minha experiência com a maternidade. O dia a dia como mãe, mulher e profissional, mas tenho sempre o cuidado de falar que o que é bom pra mim pode não ser bom para o outro”, ressalta Pamela.

Outra influencer que faz sucesso é Bruna Bruna Coloneze ela começou nessa profissão sem a intenção de trabalhar com isso e sim por uma necessidade pessoal: “Iniciei em agosto de 2018 quando resolvi mudar minha vida, praticar exercícios, fazer dieta e perdi 25kg em 4 meses sem cirurgias, plásticas, mesmo tendo 2 cesarianas e consegui alcançar um corpo de atleta. No início não pensava na questão influencer, aconteceu.  Comecei a inspirar pessoas com resultado que tinha e mostrando um pouco da minha vida de mulher, mãe, dona de casa e empresaria corrida, porém que era possível se cuidar, ter auto estima lá em cima e dar conta de tudo, muitas mulheres e até mesmo os homens começaram a se inspirar. Algumas marcas começaram a me procurar.

Até o samba tem influencers! Flávia Abreu conta que sua paixão por carnaval e pelas escolas de samba, a levaram a falar muito sobre este assunto em suas redes sociais, inclusive em algumas plataformas digitais não tão conhecidas no Brasil. “Comecei a fazer vídeos ao vivo dos ensaios técnicos na Marques de Sapucaí, a realizar entrevistas com pessoas do mundo do samba tanto do Brasil como do exterior, entre outras atividades ligadas à área de comunicação: escrita e radiofônica. Com isto muitas pessoas me buscavam para saber mais sobre samba e carnaval. Daí surgiu a ideia de me tornar uma “SAMBA INFLUENCER”. A intenção dela é apresentar para as pessoas mais informações sobre o mundo do carnaval e ajudar a dar visibilidade para muitos artistas que fazem essa grande manifestação cultural acontecer.

Todos têm um pensamento em comum: sabem a responsabilidade que essa atividade cobra. “Tenho sempre o cuidado com o que vou falar ou postar porque sei que estou influenciando outras pessoas”, explica Pamela.

Monica Romeiro ainda se espanta com a proporção e o alcance de público de seus canais: “Confesso que a dimensão ainda me impressiona, principalmente no meu canal no YouTube que é assistindo por quase 4 milhões de pessoas por mês, é um número que não consigo dimensionar. Mas entendo a responsabilidade que tenho ao influenciar, o cuidado com o conteúdo que estou produzindo é gigante”, ressalta a influencer.

A maioria vive financeiramente dessa atividade hoje. Para Bruna Colonese “Os influencers hoje no Brasil são a TV aberta de antigamente. Conseguimos descobrir vários talentos adormecidos e talvez sem oportunidade. E a tendência que tudo em termos de marketing, propaganda, contratos sejam realizado através de influencers. Monica Romeiro vai além e ressalta que não se pode produzir conteúdo apenas pensando em dinheiro ou permutas: “Acredito que a atividade dos influencers no Brasil será cada vez mais cobrada por suas posições e conteúdos, ou seja, os influenciadores que oferecem conteúdo de qualidade e tenham um propósito de melhorar a vida de seus seguidores, com informações, entretenimento e dicas, terão longevidade e sucesso em suas carreiras”, aponta Monica.

Monica ainda deixa uma dica de ouro: “Influenciar apenas pelo sucesso e pelos tão desejados “recebidos” já está saindo de moda. Enquanto informar, ajudar, acolher e fazer sorrir, isto sim jamais sairá de moda”.

Muitas empresas já tem essa cultura de trabalhar com influenciadores, um exemplo é o The Creams, que utiliza essa área de digital influencer para agregar suas vendas.

Reportagem By Roberta Kaiber