O diretor-geral do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), e historiador Marcus Monteiro possui uma coleção de 30 mil peças que vão de mapas a mobiliário antigo. Na última segunda 05/11, ele abriu na Casa França Brasil, na Praça Quinze, uma exposição com aproximadamente 500 itens dessas raridades, reunidas há 40 anos, para contar a história do negro no Rio de Janeiro.

“Cartografia da Africanidade Brasileira: lugares, expressões, saberes e celebrações” apresenta um acervo bastante diversificado, como esculturas em Bronze do Benin, relicários de quase um metro e utensílios de cozinha e ferramentas de trabalho, valorizando a arte, as habilidades dos africanos, especialmente na metalurgia, e sua contribuição à cultura do estado, passando até pela culinária.
O “passeio” preparado por Marcus incluiu até uma cozinha, toda com peças de época, e não excluiu o sofrimento da escravidão: numa sala isolada, o público poderá ver instrumentos de suplício, incluindo o machado que esquartejou Tiradentes e que também foi utilizado contra negros no século XVIII. Para livrar os carrascos dos espíritos dos mortos, ele apresenta marcas místicas, como uma estrela de cinco pontas.

Durante a abertura da exposição, o governador Luiz Fernando Pezão assinou o tombamento pelo estado do Cais do Valongo, já declarado pela Unesco Patrimônio da Humanidade. Também estiveram presentes, os secretários estaduais, de cultura Leandro Monteiro e de educação Vagner Victer, alem dos deputados estaduais Chiquinho da Mangueira e André Ceciliano. Outro que prestigiou a abertura da exposição, que a princípio ficará por 15 dias, foi o ex-prefeito de Valença, eleito deputado federal Luiz Antonio Corrêa.